História

Primeiro Governo Municipal de Itaqui – 1859

 

Registros históricos remontam que em 30 de março de 1859 foi de fato (de direito desde 06 de dezembro de 1858) efetivada a Vila de São Patrício de Itaqui. Como determinava a lei, foram antecipadamente eleitos os vereadores, sendo que esta eleição era procedida pelos Juízes de Paz. Obteve-se fotocópia da ata original que até agora era tida como inexistente, pois, ninguém sabia que havia registro oficial do fato, assim como de outros atos oficiais importantes. A Vila de São Patrício de Itaqui teve como seus primeiros governantes:

Presidente – Ten. Cel. Antonio Fernandes Lima
Vereadores – Major José da Luz Cunha Junior; José Caetano de Mello, Major Vicente José Pereira, João Machado Palmeiro e Ten. Cel. Joaquim Rodrigues Lima.

O Livro de Juramento inicia com a ata de instalação do Município. Existe, pois, em Itaqui, contra a opinião corrente, documento original, do registro de nascimento de Itaqui. Cumprindo a lei, aqui compareceram para dar posse aos vereadores eleitos, os Srs. Candido José Guimarães e José Fernandes Guimarães, respectivamente Presidente e Secretário da Câmara de São Borja, da qual Itaqui desmembrava-se.

No Paço da Câmara Municipal, em ato solene e cerimonioso (na época a educação exigia procedimento protocolar), cumpridas as exigências legais e feito o juramento, o Presidente da Câmara de São Borja declarou: Está instalada a Câmara Municipal da Vila de São Patrício, esquecendo o final do nome: de Itaqui. Feito isso, entregou a Presidência ao Sr. Ten. Cel. Antônio Fernandes Lima.

Este governo teve de nomear os servidores públicos, entre outros:
Américo Pereira Prates – Secretário;
Manuel Gonsalves (na época “s”) Pereira - Procurador;
Zeferino Manuel Pacheco Barbosa – Fiscal;
José Candido da Costa Fluminense – Porteiro;
José Joaquim de Oliveira Gomide – Juiz Municipal de Órfãos;
Pedro Antonio Mirando (sic), em 05 de abril de 1859 - Professor;
João Kulimg – Arruador;
Bento Saldanha e Joaquim Barbosa, em 18 de julho de 1859 - Suplentes de Vereadores, na sessão dessa data;
Emigdio Bonorino – Fiscal.

Os governos das Cidades e das Vilas era exercido, na época do Império, pelo Presidente da Câmara, conforme preceituava o Art 168, da Carta Constitucional do Império aclamada e jurada em 25 de março de 1824. “As Câmaras serão eletivas e compostas do número de vereadores que a lei designar, e o que obtiver maior número de votos será presidente”.




Segue-se em ordem cronológica a nominata dos primeiros Governantes de Itaqui:

30/03/1859 – Ten. Cel. Antonio Fernandes Lima – (primeiro Governo Municipal)
25/11/1859 – José da Luz Cunha Junior
19/12/1860 – José Caetano de Mello
1861/1834 – José da Luz Cunha Junior
1864/1865 – José Caetano de Mello
1865/1869 – Dr. Egydio Barbosa de Oliveira Itaqui
1869/1873 – Dr. Egydio Barbosa de Oliveira Itaqui
24/04/1873 – José Joaquim de Oliveira Gomide (Cirurgião Mor)
31/05/1873 – Joaquim Antonio da Silveira
19/11/1877 – Dr. Egydio Barbosa de Oliveira Itaqui
02/09/1878 – Pedro de Alcantara Rey
18/10/1878 – Cel. João Clemente Godinho
03/12/1878 – Francisco José da Cruz
10/01/1879 – Cel. João Clemente Godinho
07/01/1883 – José Gomes de Camargo
07/04/1884 – José Guedes da Luz
18/11/1889 – Dr. Eduardo Fernandes Lima (não foram encontradas fontes que informem a data da posse)
10/01/1890 – A ultima Câmara foi substituída pela primeira Junta Governativa, composta dos cidadãos: José Pereira de Escobar, Tristão Pinto Barbosa e João Pereira Coimbra, nomeados pelo Governador da Província.
01/11/1892 – Cel. Felipe Nery de Aguiar – Primeiro intendente.




No princípio os guaranis ocupavam as bacias do rio Ibicuí.

Itaqui teve o primeiro indício de vida civilizada por meio de uma missão de jesuítas espanhóis, em 1700. Intensificando-se no século seguinte, o povoamento foi sendo desenvolvido em conjunto com a atividade pecuária, até hoje a marca econômica da região.

Situa-se as margens do Rio Uruguai, divisa entre Brasil e Argentina, sendo esse um dos atrativos para os turistas que a visitam. A caverna Iguariaçá apresenta uma paisagem pitoresca da região e provavelmente foi habitada pelos primeiros índios que lá estiveram. No local onde hoje está o município de Itaqui, foi feito o primeiro povoamento pelos jesuítas da redução ou missões de La Cruz (hoje localidade argentina, na fronteira com São Borja), por volta do ano de 1700. Somente no início do século XIX foi incorporado às terras portuguesas e em 1802 foram concedidas às primeiras sesmarias.

José Artigas, filho adotivo de José Gervasio Artigas, general e presidente do Uruguai (1764 - 1850), pretendeu anexar estas terras àquele país. Encontrou lá uns três ranchos e treze homens que liquidou com seus 1.600 índios. Esta tentativa de permanecer durou por pouco tempo, porque veio um destacamento, com a finalidade de expulsá-lo, acampado no arroio Cambaí.

Uma enchente obrigou-os a procurar outro local, sendo escolhido onde hoje está a cidade de Itaqui. Isto foi em 1821, e logo vieram várias famílias para aquela localidade. Durante a Revolução Farroupilha estas presenciaram várias lutas em 1841. De acordo com a lei n° 419 de 6 de dezembro de 1858, Itaqui foi desmembrado do município de São Borja. Nessa época a população da vila era de aproximadamente quatro mil habitantes.

Itaqui, novamente foi campo de lutas na Guerra do Paraguai, quando seus homens tiveram a oportunidade de fazer frente aos soldados de Francisco Solano López, presidente do Paraguai.

De 1750 a 1851 o Uruguai tentou aumentar seu território até o rio Ibicuí, pretendendo tomar a metade sul do Rio Grande de São Pedro do Sul, nome do estado na época. Pela vontade do presidente do Uruguai, Manuel Oribe, Itaqui poderia hoje ser território uruguaio.

Em maio de 1879 foi elevado à categoria de cidade. Inicialmente, o nome foi São Patrício de Itaqui, em homenagem ao padroeiro, depois foi simplificado para Itaqui.

 

Origem do nome Itaqui

O topônimo tem sua origem etimológica na língua guarani e compõe-se de dois termos: ita, pedra, e ku'i, areia. Provavelmente a origem do nome deve-se às características físicas do rio Uruguai, que é a fronteira natural entre o Brasil e a Argentina e cuja bacia e margens são cheias de pedras'. Ao sul existe o afluente rio Ibicuí, com sua bacia e margens cheias de areia e que divide Itaqui de Uruguaiana.

Há ainda outras hipóteses, como a de Aurélio Buarque de Holanda, que sustenta que o nome do município significaria "pedra d'água", própria para afiar.

Ainda no século XIX foram desmembrados dois outros municípios destas terras: São Francisco de Assis e Santiago.